Eu escolhi esta imagem porque me chamou muito à atenção a relação curiosa que consegui fazer da teia com o corpo humano. Para a ciência o corpo é uma substância física, para a biologia um organismo vivo constituído de pequenos elementos que chamamos de células, para a química uma porção de matéria, para a antropologia o corpo faz parte de uma construção histórica e cultural que vem acontecendo ao longo de muitos anos, onde cada sociedade criou o seu corpo, assim como cada sociedade criou a sua forma de se comunicar, e assim como as diferentes formas de comunicação, linguagem, o corpo é algo socialmente modulável. Já para a religião o corpo foi criado para trazer a nossa realidade àquilo que não conseguimos enxergar, nós expressamos através do corpo, sentimentos do nosso espírito sejam eles de tristeza ou de alegria por isso dizemos que “O corpo fala, o corpo sente”.
Enfim, o corpo é algo tão complexo e com tantas definições pelas diversas áreas de conhecimento que fica até difícil falar dele, podemos discuti-lo sobre diversos pontos de vista em seus vários aspectos, mas o que é claro após este período de estudos é que o corpo só é corpo em sua totalidade quando tudo isto trabalha em conjunto, tanto físico que trabalhamos com a dança, com os esportes radicais, natação enfim, quanto à mente que trabalhamos através das discussões em sala de aula, seminários, nossos estudos etc. Acontece desta mesma forma com a teia, ela é constituída de vários fios com diversos segmentos, mas só podemos dizer que é uma teia a partir do momento em que todos estes fios se unem, a partir do momento em que dividimos seus elementos e começamos a enxergá-los de uma maneira fragmentada, a teia deixa de ser teia e passam a existir apenas fios, da mesma maneira acontece com o corpo quando o fragmentamos ele deixa de ser entendido como corpo e passa a ser entendido como partes. O corpo deixa de ser corpo.
